"11 a 0": Goleada na Segundinha Expõe Abismo Técnico no Futebol do DF
imagem: reprodução |
Uma goleada por 11 a 0 entre Aruc e Candango no último fim de semana colocou o futebol brasiliense em xeque e reacendeu o debate sobre o desequilíbrio nas divisões locais. O placar, aplicado pela Aruc sobre o Candango na primeira rodada da Segundinha do Campeonato Candango, entrou para a história recente do futebol do Distrito Federal e evidenciou um fenômeno cada vez mais recorrente: a ocorrência de resultados elásticos na divisão de acesso, enquanto a elite do Candangão vive placares muito mais apertados.
Levantamento do "Distrito do Esporte" mostra que, nas últimas cinco temporadas, a Segundinha registrou cinco partidas com 10 ou mais gols marcados, distribuídas em quatro edições diferentes. Já no Candangão, a competição principal, nenhum resultado semelhante foi registrado no mesmo período. A maior goleada na elite foi o Ceilândia 8 a 1 Samambaia, em 2021 — expressiva, mas distante dos placares avassaladores vistos na divisão de acesso.
O contraste em 2025 é ainda mais nítido. Enquanto o Candangão teve como maior resultado até agora a vitória do Samambaia por 4 a 0 sobre o Legião, a Segundinha já produziu o histórico 11 a 0 da Aruc um dos maiores já vistos no futebol local.
A tendência se repete nos anos anteriores:
- 2024: A elite teve como maior goleada o Capital 7 a 1 Santa Maria, enquanto a Segundinha viu o "Taguatinga aplicar 10 a 0 no Riacho City.
- 2023: O Candangão teve como melhor resultado o Brasiliense 5 a 0 Taguatinga, mas a Segundinha registrou duas goleadas monumentais: Ceilandense 12 a 0 Sobradinho e Luziânia 10 a 2 Sobradinho.
- 2022: A elite viu vitórias por 5 a 0, mas a Segundinha teve como maior resultado o Samambaia 7 a 0 Legião.
- 2021: O Ceilândia venceu por 8 a 1 na elite, mas a Segundinha teve duas goleadas de 10 a 0 Paranoá 10 a 0 Riacho City e Aruc 10 a 0 Riacho City.
Os números revelam um padrão claro: a Segundinha concentra os placares mais atípicos do futebol candango. A disparidade técnica entre os clubes é a principal explicação. Diferenças de estrutura, investimento, patrocínio e formação de elenco geram um abismo entre times que disputam a mesma competição, muitos deles amadores ou com atletas de categorias de base.
Além do aspecto esportivo, as goleadas levantam questões sobre a competitividade da Segundinha. Por um lado, a divisão é a porta de entrada para o acesso à elite. Por outro, resultados tão desequilibrados colocam em dúvida a qualidade da disputa e o preparo de algumas equipes para competições mais exigentes.
O caso do Riacho City é emblemático: alvo de duas goleadas por 10 a 0 em 2021, o clube enfrentou dificuldades estruturais que se refletiram diretamente em campo. Em 2025, o Candango sofreu 11 gols em um único jogo, reforçando a necessidade de uma análise mais profunda sobre critérios de inscrição, sustentabilidade e apoio a clubes menores.
As goleadas, embora chamem atenção e gerem repercussão, também expõem as fragilidades do futebol de base e amador do DF.
Você acha que a Segundinha precisa de reformulação para ser mais equilibrada?
Comente abaixo!
Siga nossas redes sociais e fique por dentro de tudo sobre o esporte local, só no "Portal Fuçando".
Nenhum comentário
Não tenha Vergonha comente para nos ajudar a melhorar