Operação da PCDF desmonta esquema de golpe com falsas passagens aéreas que atuava em Taguatinga e enganou vítimas em todo o país

 

REPRODUÇÃO

Uma organização criminosa que atuava principalmente no Distrito Federal, mas enganava vítimas em todo o Brasil com um golpe milionário envolvendo falsas passagens aéreas, teve parte de sua estrutura desarticulada na manhã desta quarta-feira (18/6), após uma operação da Polícia Civil do DF (PCDF). Batizada de Operação Check-Out, a ação foi deflagrada por agentes da 17ª Delegacia de Polícia, localizada em Taguatinga Norte, e resultou no cumprimento de 27 ordens judiciais, entre mandados de prisão preventiva e busca e apreensão.


O grupo criminoso utilizava técnicas bem elaboradas para atrair clientes incautos: criava sites idênticos aos de verdadeiras companhias aéreas, investia pesado em anúncios nas redes sociais e simulava promoções relâmpago com preços extremamente atrativos. O objetivo era claro — enganar pessoas interessadas em viagens aéreas e aplicar o chamado "golpe da passagem falsa" .


 Como funcionava o golpe?


Segundo o delegado Thiago Boeing, adjunto da 17ª DP, as vítimas eram atraídas por ofertas tentadoras em redes sociais e redirecionadas para páginas que imitavam fielmente os sites legítimos das grandes empresas aéreas. Após escolherem seus destinos e realizarem o pagamento via PIX, os compradores recebiam confirmações falsas de reserva e só descobriam o golpe ao chegar no aeroporto no dia da viagem, quando percebiam que não tinham passagem válida .


“Muitos viajantes perderam não apenas dinheiro, mas também datas importantes como férias em família, eventos pessoais e até feriados planejados”, destacou o delegado. “Além do prejuízo financeiro, há o forte impacto emocional, especialmente para quem já tinha toda a logística montada” .


Início da investigação em Taguatinga


A investigação começou a partir de registros de ocorrências feitas por moradores de Taguatinga, ainda em novembro de 2024. Cinco pessoas da região caíram no golpe e relataram ter pago por passagens que nunca existiram. A partir desses primeiros casos, os policiais civis iniciaram um trabalho meticuloso de rastreamento digital e identificaram um esquema mais amplo, com pelo menos 10 integrantes diretamente envolvidos no esquema .


A Justiça autorizou a prisão preventiva de dez suspeitos e expediu 17 mandados de busca e apreensão em cidades como Imperatriz (MA), Augustinópolis (TO) e Araguaína (TO), onde alguns dos investigados residiam. As ordens foram baseadas em provas digitais que mostraram o uso de contas bancárias vinculadas a empresas fantasmas, criadas propositalmente com nomes parecidos com os de grandes companhias aéreas.


Essas empresas laranjas serviam para dar falsa credibilidade ao pagamento. Os criminosos também usavam essas contas para movimentar pelo menos R$ 200 mil, valor que está sob medida judicial de sequestro. Parte desse montante era reinvestida no próprio golpe, alimentando mais de 1,5 mil anúncios patrocinados nas redes sociais, ampliando o alcance do esquema.


Atuação nacional e prejuízos reais


O caso gerou repercussão nacional, com vítimas em diferentes estados. Apesar de o foco inicial estar em Taguatinga, o esquema se expandiu por todo o país, explorando a vulnerabilidade de quem busca uma oportunidade de viajar por preços baixos.


A LATAM, uma das empresas cujo nome foi usado indevidamente pelos criminosos, ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso.


As investigações continuam para identificar outros possíveis envolvidos e recuperar valores desviados. Vamos acompanhar o andamento do caso e trazer mais informações assim que disponíveis.


Se você tem dúvidas sobre a autenticidade de uma oferta online, lembre-se: desconfie de promoções muito boas para serem verdadeiras, verifique sempre o domínio do site e prefira canais oficiais para comprar serviços como passagens aéreas.


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